No verão tive o privilégio de ir ao Jardim Botânico em Lisboa ver a exposição de Andoni Canela “Tierra de Linces”. Andoni canela é um fotógrafo especializado na Natureza, meio ambiente e Biodiversidade. Já correu os cinco continentes a fotografar todo o tipo de paisagens e realizou diversas reportagens publicada no National Geographic e outros e apresentou várias exposições.
Na exposição “Tierra de Linces” é impossível ficar indiferente às fotografias tal é a beleza e perfeição das mesmas. O fotógrafo dedicou dias e dias a fotografar os linces. Para captar os linces na sua essência foi necessário inserir-se no seu habitat e ficar por tempo indeterminado à espera deles convicto de que estes iriam passar por ali, o que por vezes pode não ter acontecido. No entanto estou certa de que tendo em conta o trabalho final o fotógrafo olha para trás e não vê nenhuma das horas passadas como tempo perdido.
É aqui de louvar a persistência e paciência que teve. Hoje em dia, todos nós, somos muito impacientes e queremos as coisas no momento, não sabemos esperar que as coisas aconteçam e por isso é no mínimo admirável todos aqueles que contrariam as “massas” e dos quais o seu trabalho dá frutos maravilhosos como este.
As fotografias estavam em telas colocadas em locais estratégicos do parque que proporcionavam ao visitante uma viagem orientada por todo o jardim. No chão, junto à entrada do parque estavam pintadas “patinhas de lince” que conduziam à primeira fotografia e assim sucessivamente. Todas as fotografias tinham depois uma descrição/explicação do que a pessoa podia observar na fotografia com chamadas de atenção para alguma posição ou característica física do lince.
Referências como a explicação de que o lince se encontrava a caçar ou do porquê da cor da barba ou ainda menção de que o coelho bravo presente na imagem é um dos alimentos predilectos do lince mas que também se encontra ameaçado.
Esta iniciativa para além de procurar divulgar o trabalho do fotógrafo tem também uma componente de sensibilidade para com a comunidade apelando assim à consciencialização de cada um e à prática de novos hábitos que tenham em conta a preservação da biodiversidade diminuindo as ameaças a espécies que como os linces se encontram em vias de extinção.
Esta exposição depois de ter saído de Lisboa, já esteve no Porto, encontra-se em Jaen (cidade em Andaluzia), vai passar por Sevilha e possivelmente regressar a Portugal.
Encontram-se em baixo algumas fotos tiradas por mim no dia 05.06.2010, dia em que visitei a exposição, e o link do blog do fotógrafo onde é possível saber mais acerca do seu trabalho e ver vídeos de exposições, nomeadamente a exposição “Tierra de Linces” em Jaen.
Diana Pereira
FOI NOTÍCIA…
O lince ibérico ainda existe em Portugal, mas a espécie está no limite da sobrevivência
O número destes felinos ainda existentes no nosso país é bastante reduzido.
A situação difícil do lince ibérico em Portugal foi confirmada na primeira fase de um novo recenseamento desenvolvido pelo Instituto de Conservação da Natureza e Biodiversidade (ICNB). Seis equipas bateram, áreas de 100 km2 em zonas com as características mais adequadas à ocorrência do felino, tendo-se recolhido 200 amostras de excrementos. Foi com estas amostras que foi possível descobrir que o lince ibérico ainda vive em Portugal, mas está à beira da extinção definitiva no nosso país.
A situação muito difícil do lince ibérico deve-se principalmente ao facto de este ter ficado totalmente dependente da existência de coelhos nos locais onde sobrevive. A escassez destas presas, associada à destruição do habitat mediterrânico do qual o lince e o coelho dependem, assim como as doenças naturais e os problemas de consanguinidade devido ao reduzido número de indivíduos para o acasalamento, são as principais razões de fragilidade desta espécie no nosso país.
Porque sem coelhos não há linces, além do controlo da caça e do controlo do número de seres das outras populações predadoras do coelho, mais importante ainda, é criar zonas de pastagens para alimentar os coelhos para aumentar as suas populações. É ainda fundamental proteger o matagal, onde o lince se possa sentir em segurança.
Diário de notícias 31.12.2007
Stefanie
Análise do documentário:
“Em Portugal: A Última Esperança do Lince Ibérico”
“Em Portugal: A Última Esperança do Lince Ibérico”
O Lince-ibérico é tema de documentário do National Geographic Channel. O filme, sobre a conservação do Lince-ibérico em Portugal, foi produzido para o canal de televisão National Geographic Channel Portugal e foi exibido no dia 3 de Outubro, às 21h30.
O documentário sobre o programa de conservação em cativeiro do Lince mostra, em particular, o início da actividade do Centro Nacional de Reprodução do Lince-ibérico, em Silves. A equipa da National Geographic registou a transferência de Espanha para Portugal dos primeiros linces e ouviu os especialistas espanhóis, portugueses e suíços envolvidos nesta operação.
“A Última Esperança do Lince Ibérico” foi filmado durante cerca de ano e meio, entre Outubro de 2008 e 17 de Março de 2010, nos centros da rede ibérica de reprodução em cativeiro – de El Acebuche e de La Olivilla, ambos na Andaluzia (Espanha); no Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), em Silves (Portugal); e bem como nos laboratórios clínicos da Faculdade de Veterinária da Universidade Vetsuisse de Zurique. Contou com a colaboração de Astrid Vargas, então Directora do Programa Ex-situ do Lince-Ibérico; Hans Lutz (um dos maiores especialistas mundiais em felinos) e Marina Meli, ambos da Faculdade de Veterinária da Universidade Vetsuisse de Zurique; e de Rodrigo Serra, Director do CNRLI.
Desde o nascimento das crias (em Espanha), que mais tarde viajaram para o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), o documentário mostra como a equipa científica de ambos os países ibéricos conseguiram levar a cabo uma acção tão complexa e delicada. Os telespectadores puderam então testemunhar como se consegue reproduzir o ambiente mais adequado para garantir a sobrevivência do lince ibérico, os nascimentos, a luta contra as doenças, os processos veterinários, a alimentação e o próprio transporte para Portugal.
Desde o nascimento das crias (em Espanha), que mais tarde viajaram para o Centro Nacional de Reprodução do Lince Ibérico (CNRLI), o documentário mostra como a equipa científica de ambos os países ibéricos conseguiram levar a cabo uma acção tão complexa e delicada. Os telespectadores puderam então testemunhar como se consegue reproduzir o ambiente mais adequado para garantir a sobrevivência do lince ibérico, os nascimentos, a luta contra as doenças, os processos veterinários, a alimentação e o próprio transporte para Portugal.
Um documentário extremamente interessante, onde se assiste à luta pela sobrevivência de um dos animais mais característicos da Península Ibérica, testemunhando-se o empenho de uma equipa multidisciplinar que dedica os seus esforços e conhecimentos à salvação desta espécie.
Filipa Santos
o texto que se segue foi copiado na integra de http://linceiberico.icnb.pt/newsdetail.aspx?eid=416&menuid=26
mas achámos pertinente colocá-lo aqui uma vez que é um acontecimento relacionado com o trabalho em curso
Exposição "Linces, lobos e águias-reais"
A exposição Linces, Lobos e Águias-reais: o passado, o presente e o futuro da conservação em Portugal é uma iniciativa Bioeventos 2010, que comemora o Ano Internacional da Biodiversidade (2010). Apresenta três espécies ameaçadas - o lince-ibérico, o lobo-ibérico e a águia-real, relacionando a sua ecologia com os principais factores que as ameaçam de extinção e as medidas para a sua conservação. A exposição alarga a sua área de foco a outras espécies ameaçadas, às políticas ambientais implementadas ao longo do tempo, salientando a importância da participação de todos nos esforços de preservação da natureza.
A exposição integra duas partes: a primeira evidencia as principais ameaças à conservação da biodiversidade, ilustrando-as com as histórias da conservação de Lince-ibérico, Lobo-ibérico e Águia-real; a segunda apresenta cronologicamente as principais medidas de conservação em Portugal através de notícias de imprensa e de televisão, posters, fotografias e mapas.
O ICNB contribuiu para a revisão de textos e a cedência de imagens.
Visita virtual: http://www.slide.com/r/Eq81Qc0W7j-8wW49fmHBet8owP0jlzLb
Até 17 de Abril de 2011
Museu Nacional de História Natural
Rua da Escola Politécnica, 58, Lisboa
Horário:
Terça a sexta-feira: das 10h00 às 17h00
Sábados e domingos: das 11h00 às 18h00
Encerra segundas-feiras e feriados
Visitas guiadas: 21 3921824 /25
